Tem-se falado muito em seres extraterrestres que vêm visitar nosso planeta, mas eu não acredito nisso.
Estou mas é convencido de que estamos rodeados de seres inteligentes, que nós mesmos inventamos, cuja única finalidade é chatear a gente, e se possível acabar destruindo a humanidade.
Vou explicar.
Há uns anos, recebi um bônus da companhia de seguros.
Sentados á mesa da cozinha, minha mulher e eu conversamos sobre o que iríamos fazer com aquele dinheiro caído do céu.
Hoje eu sei que a geladeira estava ouvindo a nossa conversa.
No dia seguinte, zás! – a danada enguiçou.
O técnico disse que a gente precisava de uma nova.
Preço igual ao bônus do seguro.
Pouco depois, recebemos uma devolução do imposto, que dava para pagar umas feriazinhas no México.
"Tenho uma coisa para contar a você", segredei à minha mulher, "mas em particular."
"E se fôssemos para o escritório?" sugeriu.
Lembrei-me de que no escritório estava a televisão.
"Não, no escritório, não.
Vamos lá pra fora."
Quando chegamos ao jardim mostrei o cheque.
Ficamos ali abraçados, sem reparar que chovia.
Meu carro estava eatacionado ali perto, mas não liguei.
No dia seguinte, quando eu ia sair, o carro começou a fazer uma chiadeira dos diabos.
"O motor gripou", disse o mecânico.
"Agora compre outro."
A morte do carro fez-me pensar que eu estaria reservado para algo ainda mais triste.
Vasculhei nos apontamentos da minha contabilidade, e verifiquei que, ao longo dos últimos 10 anos, nossas receitas de "dinheiro caído do céu" eram seguidas de despesas de igual valor, para substituir um esquentador, uma televisão ou um fogão.
Hoje, desfaço-me em amabilidades com todos os eletrodomésticos, mas, na presença deles, nunca falo de dinheiro que recebi.
Se este artigo for publicado, e me pagarem, minha máquina de escrever vai pifar.
Podes crer.
– John C. Waugh / condensado do "New York Times" 13 julho 1980 / Seleções - dezembro de 1986
Estou mas é convencido de que estamos rodeados de seres inteligentes, que nós mesmos inventamos, cuja única finalidade é chatear a gente, e se possível acabar destruindo a humanidade.
Vou explicar.
Há uns anos, recebi um bônus da companhia de seguros.
Sentados á mesa da cozinha, minha mulher e eu conversamos sobre o que iríamos fazer com aquele dinheiro caído do céu.
Hoje eu sei que a geladeira estava ouvindo a nossa conversa.
No dia seguinte, zás! – a danada enguiçou.
O técnico disse que a gente precisava de uma nova.
Preço igual ao bônus do seguro.
Pouco depois, recebemos uma devolução do imposto, que dava para pagar umas feriazinhas no México.
"Tenho uma coisa para contar a você", segredei à minha mulher, "mas em particular."
"E se fôssemos para o escritório?" sugeriu.
Lembrei-me de que no escritório estava a televisão.
"Não, no escritório, não.
Vamos lá pra fora."
Quando chegamos ao jardim mostrei o cheque.
Ficamos ali abraçados, sem reparar que chovia.
Meu carro estava eatacionado ali perto, mas não liguei.
No dia seguinte, quando eu ia sair, o carro começou a fazer uma chiadeira dos diabos.
"O motor gripou", disse o mecânico.
"Agora compre outro."
A morte do carro fez-me pensar que eu estaria reservado para algo ainda mais triste.
Vasculhei nos apontamentos da minha contabilidade, e verifiquei que, ao longo dos últimos 10 anos, nossas receitas de "dinheiro caído do céu" eram seguidas de despesas de igual valor, para substituir um esquentador, uma televisão ou um fogão.
Hoje, desfaço-me em amabilidades com todos os eletrodomésticos, mas, na presença deles, nunca falo de dinheiro que recebi.
Se este artigo for publicado, e me pagarem, minha máquina de escrever vai pifar.
Podes crer.
– John C. Waugh / condensado do "New York Times" 13 julho 1980 / Seleções - dezembro de 1986
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