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"Você não pode ensinar nada a um homem; você pode apenas ajuda-lo a encontrar a resposta dentro dele mesmo."
Galileu Galilei

23 de julho de 2010

A CASA MAL ASSOMBRADA

Isolada de outras habitações havia uma casa onde ninguém morava, porque se dizia que era mal-assombrada; à meia-noite ouviam-se ruídos de correntes, gritos, gemidos e suspiros, e uma luzinha brilhava, ora numa janela, ora noutra.
O proprietário não achava alugador, e mesmo não queria saber dela, que ia se arruinando pouco a pouco.
Um dia procuraram-no duas mulheres – mãe e filha – muito pobres, que acabavam de ser expulsas da casinha em que moravam.
Pediam-lhe licença para ocupar a casa mal-assombrada.
O homem admirou-se daquele pedido, e depois de avisá-las dos perigos que corriam, consentiu sem dificuldade.
As duas mulheres no mesmo dia mudaram-se.
Eram onze horas da noite quando foram se deitar, nada tendo visto nem ouvido de extraordinário.
A mãe, como já era velha, e se sentia cansada das arrumações, dormiu logo.
A filha, porém, ficou acordada, rolando na cama, sem conseguir adormecer.
Uma hora depois, ouviu o sino da matriz bater meia-noite.
No mesmo instante a moça escutou um ruído estranho, enquanto uma voz gemia:
– Eu caio!... Eu caio!...
Ela olhou para cima, de onde parecia vir a voz.
Nada viu, mas disse:
– Pois caia, com Deus e a Virgem Maria!
Do teto do quarto caíram duas pernas.
A mesma voz assim falou mais três vezes, e a rapariga dando sempre a mesma resposta, viu cair sucessivamente o tronco, os braços e a cabeça de um homem.
Os quatro pedaços reuniram-se, e apareceu uma criatura humana, tão pálida como um cadáver, que lhe falou:
– Se não tens medo, vem comigo.
Adelaide acompanhou-o atravessando toda a casa, até chegarem ambos ao quintal.
Aí debaixo de um tamarindeiro, o morto mandou-a cavar a terra, encontrando uma lata com dinheiro, que transportaram para dentro.
Chegando ao quarto, disse-lhe o defunto:
– Eu sou uma alma penada, que ando sofrendo por causa deste dinheiro.
Quando era vivo, roubei-o de uma pobre viúva, desgraçando-a, bem como aos órfãos, seus filhos.
Deste dinheiro, a metade é para você e sua mãe, e a outra metade é para distribuir com os pobres, e mandar dizer cem missas por minha alma.
Acabando de falar, a alma penada desapareceu.
Adelaide fez tudo o que ele havia mandado, e ficou rica para o resto de sua vida.

– Figueiredo Pimentel / Histórias da Avozinha

Alberto Figueiredo Pimentel, nascido na cidade de Macaé-RJ, (Rio de Janeiro, 1869 – 1914) foi, além de poeta, contista, cronista, autor de literatura infantil e tradutor. Manteve por muitos anos, desde 1907, uma seção chamada Binóculo' na Gazeta de Notícias. Publicou novelas, poesia, histórias infantis e contos.

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05 / 08 / 2010 Arqueólogos encontram complexo subterrâneo em pirâmide no México
http://www.ambientebrasil.com.br/

Um complexo subterrâneo foi localizado sob a pirâmide de Quetzalcoatl, no sítio arqueológico de Teotihuacán, conforme divulgou o Instituto Nacional de Antropologia e História mexicano (INAH).

A construção, composta por um túnel, daria acesso a uma série de galerias sob o templo dedicado a uma das principais divindades astecas, com aspectos de serpente e de pássaro.

Segundo os arqueólogos, a entrada do complexo estaria há 12 metros de profundidade e foram necessários oito meses de escavações para descobri-la.

Os especialistas acreditam que o local pode conter os restos de governantes da antiga cidade no centro do México.

A entrada do túnel teria sido fechada há 1,8 mil anos pelos habitantes e a estrutura é anterior à construção do tempo de Quetzalcoatl. O local recebia oferendas diversas como ornamentos fabricados com conchas, jade, ardósia e obsidianas.

Ao todo, o complexo teria 100 metros de profundidade. Descoberto em 2003 por Sergio Gómez e Julie Gazzola, o complexo só pode ser explorado após sete anos de planejamento e captação de recursos financeiros. A equipe que realizou o trabalho é composta por 30 profissionais.

– (Fonte: G1)

" FRASEANDO "


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