Em apertos de dinheiro, um caçador vendeu a pele de um urso que devia matar por aqueles dias, pois tinha descoberto o seu covil, e tudo preparado para tão importante caçada. Comido o dinheiro, o caçador se descuidava da promessa, e só por fim, cedendo a muitas instâncias do comprador, foi à caça. Levava uma espingarda de dois canos, uma boa faca, enfim todo o petrecho; não levava porém o mais indispensável, ânimo. Aparece o urso; o homem põe‐se a tremer como varas verdes; o urso aproxima‐se com majestoso vagar, O nosso homem tinha ouvido que essa fera não toca em corpos mortos; deixa‐se pois cair, inteiriça‐se todo, faz‐se morto; e na verdade; com o medo está mais morto do que vivo. O urso encosta‐lhe o focinho, cheira‐o, revolve‐o, e supondo‐o inanimado, retira‐se. O comprador, que viera para assistir à caçada, e que tudo vira de lugar seguro, chegou‐se para o morto, e escarnecendo lhe pergunta. "Então, meu tratante, o que te disse o urso, quando te falou ao ouvido?" O outro cobrando alento, respondeu: "Disse me e eu lhe acho razão, que não se deve comprar a pele do urso antes de o ver morto."
MORALIDADE. ‐ Mostra essa fábula que nunca devemos prometer o que ainda não
está em nossas mãos, e que pois não podemos dar.
Fábulas (imitadas de Esopo e La Fontaine)
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MORALIDADE. ‐ Mostra essa fábula que nunca devemos prometer o que ainda não
está em nossas mãos, e que pois não podemos dar.
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