Ria estrepitosamente o senhor da fortuna ao ver o sábio que, entregue às tarefas próprias de seu gênio, não se alterava ante situações econômicas adversas, e com zombaria lhe disse:
— Como é que com tanto saber você não faz uma fortuna como a minha?
— O sábio respondia com invariável calma:
— Você tem uma fortuna sem saber como a conseguiu; eu, ao contrário, sei, sim senhor, e disponho de bens que você não possui.
Quer algo maior do que ver um homem que, com fortuna ou sem ela, seja tão digno de respeito, alguém cuja integridade de espírito nem as maiores contrariedades conseguem ferir?
Um dia, o sábio objetou a seu insistente polemista:
— Diga-me: se, de repente você perdesse toda a sua fortuna e ficasse pobre e à mercê do abatimento
ocasionado por semelhante situação, o que faria?
— Oh! — respondeu com surpresa o endinheirado, — não poderia resistir a esse golpe: eu me
mataria em seguida.
— Mas... como?!... – replicou o sábio.
— Você não seria capaz de refazer a fortuna que hoje possui?
— Não!... Como poderia eu tolerar viver um só dia sem as minhas riquezas? Impossível!
— Bem... bem... – disse o homem que encarnava a Sabedoria.
— Eu, sem que nada afete minha condição de homem capaz, poderia perder cem vezes meus bens materiais e voltar a refazê-los.
O tempo, que sei empregar com inteligência, me espera; e aqueles que me conhecem não costumam notar quando tenho muito ou nada tenho disso que move a cobiça humana.
No entanto, quando uma fortuna cai, esmaga o homem que a possuía.
O saber permite viver na opulência do pensamento,
reservando sempre para o ser um lugar onde queira situar-se;
e não há perigo de perder as riquezas de sua sabedoria,
uma vez que é capaz de dispor delas a todo momento.
Os tesouros do saber custam tão-só os instantes
que o esforço lhes dedica, mas, uma vez conseguidos,
são inalienáveis e eternos.
A fortuna do rico sempre está exposta a sofrer reveses,
pelo fato de só acidentalmente ele ser seu dono.
Se muitos pensassem nisso, não tornariam suas vidas estéreis,
esgotando os dias de sua existência em febris afãs.
– REVISTA LOGOSOFIA - Nº 8 - http://www.logosofia.org.br/
— Como é que com tanto saber você não faz uma fortuna como a minha?
— O sábio respondia com invariável calma:
— Você tem uma fortuna sem saber como a conseguiu; eu, ao contrário, sei, sim senhor, e disponho de bens que você não possui.
Quer algo maior do que ver um homem que, com fortuna ou sem ela, seja tão digno de respeito, alguém cuja integridade de espírito nem as maiores contrariedades conseguem ferir?
Um dia, o sábio objetou a seu insistente polemista:
— Diga-me: se, de repente você perdesse toda a sua fortuna e ficasse pobre e à mercê do abatimento
ocasionado por semelhante situação, o que faria?
— Oh! — respondeu com surpresa o endinheirado, — não poderia resistir a esse golpe: eu me
mataria em seguida.
— Mas... como?!... – replicou o sábio.
— Você não seria capaz de refazer a fortuna que hoje possui?
— Não!... Como poderia eu tolerar viver um só dia sem as minhas riquezas? Impossível!
— Bem... bem... – disse o homem que encarnava a Sabedoria.
— Eu, sem que nada afete minha condição de homem capaz, poderia perder cem vezes meus bens materiais e voltar a refazê-los.
O tempo, que sei empregar com inteligência, me espera; e aqueles que me conhecem não costumam notar quando tenho muito ou nada tenho disso que move a cobiça humana.
No entanto, quando uma fortuna cai, esmaga o homem que a possuía.
O saber permite viver na opulência do pensamento,
reservando sempre para o ser um lugar onde queira situar-se;
e não há perigo de perder as riquezas de sua sabedoria,
uma vez que é capaz de dispor delas a todo momento.
Os tesouros do saber custam tão-só os instantes
que o esforço lhes dedica, mas, uma vez conseguidos,
são inalienáveis e eternos.
A fortuna do rico sempre está exposta a sofrer reveses,
pelo fato de só acidentalmente ele ser seu dono.
Se muitos pensassem nisso, não tornariam suas vidas estéreis,
esgotando os dias de sua existência em febris afãs.
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