Autor: Alberto Grimm
A sala estava quieta demais. Não vi sinais de nada que sugerisse algum tipo de movimento, pessoas, animais domésticos, especialmente insetos, nada. Era comum ter alguém na sala àquela hora, então imaginei que havia perdido a hora e já era muito tarde. Fiquei espantado quando olhei para o relógio de parede e vi que ainda era muito cedo. Algo muito estranho estava acontecendo ali. Fiquei estático no meu canto, à entrada da porta, sem fazer nenhum ruído; e aguçando meus ouvidos tentei captar algum barulho que me desse alguma pista do que podia estar acontecendo naquele local.
O silêncio era tanto que meus ouvidos podiam mesmo captar o zumbido do silêncio. Olhei para todos os lados e tudo permanecia igual, imóvel, nenhum sinal de vida. Se quisesse descobrir o que estava acontecendo, teria que explorar o local, mas sem fazer barulho. Senti minha pulsação aumentar e tive que respirar fundo várias vezes antes de resolver dar o primeiro passo, afinal, não tinha a menor idéia do que iria encontrar pela frente. Lembrei de uma história onde uma família inteira desaparecera enquanto dormiam. Lembro das especulações na época. Os jornais logo noticiaram que haviam sido seqüestrados por seres do espaço; outros afirmavam que eles teriam desaparecido, quando o filho menor abriu um livro secreto do pai que era arqueólogo, e sem saber o que estava fazendo pronunciou palavras mágicas, como resultado um portal de outra dimensão se abrira arrastando a todos para dentro.
Não sei o que disseram os jornais e revistas, talvez nem tenham dito nada, quando eles voltaram da viagem de férias, dizendo aos vizinhos que saíram à noite porque sua criança era sensível aos raios ultravioletas do sol. Lembro de minha mãe falando de uma lenda quando eu era criança. Dissera que, de tempos em tempos, casas que eram construídas sobre portais dimensionais, sumiam misteriosamente sem deixar vestígios. Bem pelo menos, a casa estava ali inteirinha. Pelo canto da parede, caminhei devagar, e a cada passo que dava prendia a respiração. Um pó branco, podia ser visto perto de um vaso de planta à entrada da outra sala, a sala de estar. Antes de prosseguir, numa velocidade surpreendente, minha imaginação começou a trabalhar mil idéias tentando acomodar uma delas que fosse a mais sensata para explicar o tal pó.
De repente podia até nem ser pó, pensei; podia ser outra coisa. Por um instante esqueci de todo resto e fiquei criando coisas à respeito daquela matéria branca com jeito de pó. Então tomei um grande susto; ouvi um ruído como um gemido, e depois um som que sugeria algo caindo no chão. Meu coração disparou de vez e senti um arrepio percorrendo todo o meu corpo. páginas (1)(2)
Notas:
Alberto Grimm, é escritor de histórias infantis, e agora nos presenteia com seus contos. Os contos são fábulas modernas, das quais sempre podemos extrair formidáveis lições de vida, que muito favorece à reflexão.
http://www.sitededicas.com.br
A sala estava quieta demais. Não vi sinais de nada que sugerisse algum tipo de movimento, pessoas, animais domésticos, especialmente insetos, nada. Era comum ter alguém na sala àquela hora, então imaginei que havia perdido a hora e já era muito tarde. Fiquei espantado quando olhei para o relógio de parede e vi que ainda era muito cedo. Algo muito estranho estava acontecendo ali. Fiquei estático no meu canto, à entrada da porta, sem fazer nenhum ruído; e aguçando meus ouvidos tentei captar algum barulho que me desse alguma pista do que podia estar acontecendo naquele local.
O silêncio era tanto que meus ouvidos podiam mesmo captar o zumbido do silêncio. Olhei para todos os lados e tudo permanecia igual, imóvel, nenhum sinal de vida. Se quisesse descobrir o que estava acontecendo, teria que explorar o local, mas sem fazer barulho. Senti minha pulsação aumentar e tive que respirar fundo várias vezes antes de resolver dar o primeiro passo, afinal, não tinha a menor idéia do que iria encontrar pela frente. Lembrei de uma história onde uma família inteira desaparecera enquanto dormiam. Lembro das especulações na época. Os jornais logo noticiaram que haviam sido seqüestrados por seres do espaço; outros afirmavam que eles teriam desaparecido, quando o filho menor abriu um livro secreto do pai que era arqueólogo, e sem saber o que estava fazendo pronunciou palavras mágicas, como resultado um portal de outra dimensão se abrira arrastando a todos para dentro.
Não sei o que disseram os jornais e revistas, talvez nem tenham dito nada, quando eles voltaram da viagem de férias, dizendo aos vizinhos que saíram à noite porque sua criança era sensível aos raios ultravioletas do sol. Lembro de minha mãe falando de uma lenda quando eu era criança. Dissera que, de tempos em tempos, casas que eram construídas sobre portais dimensionais, sumiam misteriosamente sem deixar vestígios. Bem pelo menos, a casa estava ali inteirinha. Pelo canto da parede, caminhei devagar, e a cada passo que dava prendia a respiração. Um pó branco, podia ser visto perto de um vaso de planta à entrada da outra sala, a sala de estar. Antes de prosseguir, numa velocidade surpreendente, minha imaginação começou a trabalhar mil idéias tentando acomodar uma delas que fosse a mais sensata para explicar o tal pó.
De repente podia até nem ser pó, pensei; podia ser outra coisa. Por um instante esqueci de todo resto e fiquei criando coisas à respeito daquela matéria branca com jeito de pó. Então tomei um grande susto; ouvi um ruído como um gemido, e depois um som que sugeria algo caindo no chão. Meu coração disparou de vez e senti um arrepio percorrendo todo o meu corpo. páginas (1)(2)
Notas:
Alberto Grimm, é escritor de histórias infantis, e agora nos presenteia com seus contos. Os contos são fábulas modernas, das quais sempre podemos extrair formidáveis lições de vida, que muito favorece à reflexão.
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